sábado, 21 de fevereiro de 2015

Carta de um soldado


Já vi o filme "American Sniper" e gostei, mas não é do filme que eu quero falar, porque já tanta gente o fez e não ia acrescentar nada ao que os outros disseram, a não ser a minha opinião, que vale o que vale. O que eu queria mesmo vos mostrar é um texto que por obra do destino apareceu no feed do meu facebook pessoal apareceu no dia a seguir a ter visto o filme e achei piada ter surgido assim e sem duvida, não só pelo filme, mas por causa de muitas histórias me tocou. 
Cá vai ele:
"Olá princesa. 
Amanhã vai ser um dia complicado aqui, há movimentações a leste e o inimigo deve estar próximo. Temos muitas baixas no nosso batalhão e eu sou um dos poucos soldados com forças suficientes para pegar numa arma. Mas a pátria estará sempre em primeiro e a minha vida vem depois… se houver lugar. Mas a minha arma agora é apenas um bocado de madeira e grafite com que disparo palavras de amor, na esperança de te atingir o coração e deixar-te a morrer de saudades minhas. Sabes amor, não te amava menos quando me zangava contigo e te desejava, sem querer, o pior do mundo. Não te amava menos quando acordavas com aquela cara de sono e um mau humor que afugentava meio mundo. Não te amava menos quando passavas o dia despenteada e com aquele pijama em que cabiam duas de ti. Não, nunca te amei menos em nenhum desses momentos e sabê-lo é a prova de que realmente te amei. Só sabia amar-te mais, mais e mais, sabes que nunca fui inteligente como tu, deram-me uma arma para a mão em vez de um livro, mas amar-te cada vez mais é tudo o que eu preciso de saber. O teu olhar, o teu toque, o teu abraço, o teu beijo, foram as melhores batalhas que conquistei, e se algum dia venci uma guerra, essa guerra foi o teu amor. Desculpa não estar aí ao teu lado, desculpa não poder levar-te o pequeno-almoço à cama naqueles dias de preguiça, desculpa não estar aí para apagar a luz do quarto quando está muito frio fora dos lençóis. Desculpa não estar aí para te contar aquelas piadas sem graça mas que te faziam sempre rir. Desculpa não estar aí para te amar de perto. Pareço um parvo a falar, não é? Deixa-me ser parvo desta vez, só desta vez, deixa-me parecer uma criança a escrever uma carta de amor com aquelas frases simples, que na sua inocência e ingenuidade transmitem tanto carinho. Tu sabes que eu nunca fui muito bom com as palavras, gostava muito de saber escrever bem tudo o que sinto, já que as palavras são a única forma de te amar daqui. Queria cometer uma loucura contigo, sabes? E que tal vivermos juntos para sempre? Parece-me uma boa loucura já que amar-te foi a forma mais saudável que encontrei de ser louco. O amor é sempre uma boa desculpa para cometer loucuras. Sim, chama-me doido, chama-me parvo, chama-me infantil, chama-me louco, acho que o amor tem de tudo isso um pouco. E é amor, que mais poderia ser? E é tão grande que o universo ao lado dele ficaria envergonhado. Tão grande que precisaria de uma outra pessoa para o transportar, uma daquelas bem pequenininhas de pegar ao colo. Tu sabes que gostava muito de ter um filho, pelo menos um, mas teríamos todos aqueles que quisesses, e não te preocupes com as estrias que isso pode causar, prometo que eu iria gostar, pois seriam a lembrança das novas vidas que ciamos. Desculpa a minha parvoíce, mas sou um parvo sincero. Amo-te tanto e o tanto que te amo parece tão pouco. Estou a chorar princesa, estou a chorar porque tenho uma má noticia para te dar. Se estás a ler esta carta é sinal de que eu não poderei mais apagar-te a luz do quarto nas noites frias, levar-te o pequeno-almoço à cama ou dar-te o filho que tanto queria. Mas não fiques triste, estava a cumprir o meu dever. Posso já não estar cá mais, mas lembra-te que tu foste a melhor oportunidade de viver que a vida me deu. Não chores princesa. "
                                                                                                                                                    Um texto de Raul Minh'alma
Podem consultar o texto aqui.

8 comentários:

Anita P disse...

Eu já tinha lido a carta e a carta emocionou me bastante o filme ainda não o vi mas tenho curiosidade beijinhos

Anónimo disse...

Que triste e lindo... :s

Briana disse...

Eu quando a li arrepiei-me imenso

Anónimo disse...

Nunca tinha lido a carta e nunca vi o filme mas agora quero ve-lo *_*

Diana disse...

A carta emocionou-me bastante!

Sys Arancia disse...

Oh... É tão lindo e triste.
kiss na cheek

Unknown disse...

Muito obrigado por ter partilhado este meu texto. Fico feliz por saber que tem tocado tantos corações. Sinto que a sua missão foi cumprida. Sucesso e muitas felicidades!

Anónimo disse...

Adorei o texto. Transmite tudo o que devia e mais. Tocou.